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Como facilitar a emissão da DECORE com controle financeiro

  • 18/07/2025



     

    Como facilitar a emissão da DECORE com controle financeiro

    Para o público em geral, a emissão da DECORE representa apenas um documento necessário para comprovação de renda em bancos e financiamentos. No entanto, para contadores, o processo envolve responsabilidade técnica, cumprimento de normas do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) e análise minuciosa da movimentação financeira do cliente.

    Emitir a DECORE com segurança e agilidade exige controle financeiro estruturado, gestão documental eficaz e colaboração entre cliente e escritório contábil. Neste artigo, exploramos boas práticas e estratégias para transformar a rotina contábil em aliada na emissão do documento.

    O que é a DECORE e por que exige tanto cuidado?
    A Declaração Comprobatória de Percepção de Rendimentos (DECORE) é um documento contábil com validade legal, exclusivo para profissionais registrados no CRC. Ela comprova a renda de pessoas físicas com base em documentos que evidenciem a movimentação financeira.

    A emissão indevida, sem respaldo documental ou com informações inconsistentes, pode acarretar sanções éticas, legais e administrativas ao contador. Os rendimentos informados geralmente envolvem:

    Pró-labore;
    Distribuição de lucros;
    Honorários profissionais;
    Rendimento de autônomos e MEIs;
    Aluguéis ou contratos com pessoa física.
    Portanto, a emissão da DECORE começa antes mesmo da solicitação do cliente, e depende da organização prévia das informações contábeis e financeiras.

    O papel do cliente no controle financeiro
    Muitos dos desafios da DECORE decorrem da desorganização financeira do cliente. Pequenas empresas e profissionais liberais frequentemente misturam finanças pessoais com empresariais, não categorizam receitas e entregam documentos fora do prazo ou em formatos inadequados.

    Para mudar esse cenário, o contador pode adotar boas práticas de relacionamento com o cliente, como mostra a imagem a seguir:

    Boas práticas no relacionamento com seus clientes

    Entre as ações recomendadas:

    Educar o cliente com noções básicas de gestão financeira;
    Implementar sistemas simples de controle, mesmo que via planilhas;
    Conciliar mensalmente os lançamentos com extratos bancários;
    Organizar documentos com envio periódico de notas, recibos e contratos.
    Esse processo constante de orientação permite que o cliente crie uma cultura de organização, facilitando toda a cadeia contábil e, especialmente, a emissão da DECORE.

    Como estruturar o escritório contábil para emitir DECORE com segurança
    Além da participação ativa do cliente, o contador precisa de uma estrutura interna eficiente. Isso inclui processos padronizados, uso de tecnologia e capacitação da equipe. Veja na imagem abaixo os principais passos para organizar a emissão:

    Passos para a Emissão Segura de DECORE

    1. Criar checklists internos
    Liste os documentos necessários por tipo de rendimento:

    Pró-labore: contrato social, folha de pagamento e comprovante;
    Lucros: balanço patrimonial, ata de distribuição e transferência bancária;
    Autônomos: RPA, contrato de prestação e extrato bancário.
    2. Digitalizar documentos
    Utilize pastas organizadas por cliente, competência e tipo de documento. O uso de nuvem facilita o acesso e reduz o risco de extravio.

    3. Configurar alertas
    Sistemas contábeis podem emitir avisos para prazos de distribuição de lucros, rendimentos recorrentes e revisões periódicas.

    4. Integrar ferramentas contábil-financeiras
    Se o escritório oferece BPO Financeiro, a integração com o setor contábil evita retrabalhos, além de fornecer dados atualizados e organizados.

    5. Treinar a equipe
    Todos os envolvidos na emissão da DECORE devem entender os critérios técnicos, os riscos e as normas do CFC.

    DECORE como oportunidade de gerar valor ao cliente
    Muitos profissionais enxergam a emissão da DECORE como uma obrigação burocrática. No entanto, ela pode se tornar uma porta estratégica para novos serviços e fidelização de clientes.

    Durante esse processo, o contador pode identificar demandas como:

    Implantação de BPO Financeiro;
    Consultoria para distribuição de lucros;
    Planejamento tributário;
    Educação financeira para sócios e autônomos.
    Além disso, a agilidade e organização na entrega da DECORE reforçam a credibilidade e o valor percebido do contador frente ao cliente — especialmente em momentos decisivos como financiamentos, licitações ou análises bancárias.

    DECORE bem feita nasce da rotina contábil estruturada
    A emissão da DECORE não deve ser tratada como um ato isolado, mas sim como o resultado de uma rotina contábil eficiente, colaborativa e tecnicamente embasada.

    Recapitulando os principais pontos:

    A DECORE exige respaldo documental e responsabilidade técnica;
    O controle financeiro do cliente é o fator determinante para sua emissão;
    O escritório contábil deve estar preparado com processos padronizados;
    Esse momento pode abrir espaço para novos serviços e reforçar o vínculo com o cliente.
    Ao profissionalizar o processo, o contador se protege, otimiza a rotina e transforma um desafio recorrente em diferencial competitivo.

    Fonte: Contábeis


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